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Aluna da Escola António Feijó vence Prémio "Uma Aventura Literária"

A aluna Ana Luísa Gonçalves, da Turma D do 8.º ano de escolaridade da Escola Básica António Feijó foi a grande vencedora da edição 2020 do Concurso "Uma Aventura… Literária", na modalidade de texto original individual, na categoria destinada a alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico. O primeiro lugar foi obtido ex-aequo.
Este concurso é promovido pela Editorial Caminho e os trabalhos vencedores serão publicados numa futura edição da coleção "Uma Aventura", que tem grande aceitação junto do público juvenil em Portugal. Além da publicação, a aluna receberá um cheque livro e a escola será contemplada com um livro brinde surpresa. Todos os alunos participantes receberão diplomas de participação.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, consagradas autoras da coleção "Uma Aventura, deixaram a sua mensagem aos participantes em geral, e premiados em particular: “Nos anos anteriores a entrega de prémios na Feira do Livro de Lisboa foi sempre uma festa super animada. E nós tivemos o prazer de conhecer muitos dos nossos leitores, os educadores e professores que os acompanharam, os pais, avós, tios e padrinhos que puderam comparecer. Foi ótimo conversar um pouco e tirar fotografias que guardamos com tanto carinho. Infelizmente este ano, a pandemia impede o nosso encontro com os premiados na Feira do Livro de Lisboa. Por isso aqui estamos para vos abraçar a distância, para desejar que continuem a ler, a escrever e a desenhar cada vez melhor.
Fazemos votos para que no próximo ano voltem a concorrer e seja possível abraçarmo-nos pessoalmente na Feira do Livro de Lisboa.”
Será também este o desejo da Escola, que os alunos continuem a revelar a sua criatividade, imaginação e entusiasmo.
Parabéns Ana Luísa e respetiva professora de Português, Teresa Almeida!

Publicamos o texto vencedor:

Uma aventura na época dos Descobrimentos

Olá! Eu sou o Adolfo Cascais Monteiro e hoje vou contar a minha história. Eu nasci em 1480, nos arredores de Lisboa, numa família humilde. Durante a minha infância, passava horas no Restelo, junto ao Tejo, a ver as naus partir. Eu era, nessa altura, um miúdo sonhador, que imaginava como poderia ser divertido partir numa expedição de descoberta e aventura.
- Um dia hei de viajar num destes barcos e viver grandes aventuras – pensava eu.
Quando completei dezoito anos, esse momento chegou! Fui chamado para participar na viagem de Vasco da Gama à Índia. Eu nem queria acreditar!
No dia seguinte, apresentei-me no cais para dar início à viagem. A nau em que eu ia era enorme, podia levar duzentas pessoas. Era um navio oval, com três mastros e duas velas. Dentro do barco foi-me apresentada a tripulação: capitão, piloto, mestre, muitos marinheiros e ainda mais grumetes. Eu fui informado de que era um grumete, cargo que era atribuído a pessoas que vinham de famílias com menos dinheiro.
- Não era bem no convés que queria viajar, mas sempre posso percorrer o barco – murmurei eu.
- Ainda não te disseram? Nós nunca saímos daqui, a nossa função é lançar os cabos e limpar – apressou-se a dizer outro grumete.
- Como, vamos passar o tempo todo aqui? Eu queria subir ao mastro e conhecer a cabine.
- Nem penses, amigo! Mas também não terias tempo para isso!
A nossa conversa foi interrompida quando se aproximou o mestre para nos dar as tarefas. A minha era molhar o convés para que a madeira não secasse.
Durante muito tempo, trabalhei duro, porém estava tão curioso que tive de sair do convés. Era de noite, por isso, havia menos gente a trabalhar. Sorrateiro, lá fui eu… Já tinha visto quase tudo, só faltava encontrar o lugar onde guardavam a comida. Finalmente cheguei ao porão, onde havia biscoitos, pão, cereais, frutos secos, peixe fresco… Ia eu abrir uma porta, quando, de repente, o capitão apareceu. Como ele ainda não me tinha descoberto, e eu não queria um castigo, abri a porta para fugir. Pensava eu que conseguia esconder-me, mas estava lá um marinheiro de vigia para que não houvesse nenhum roubo. Mal eu entrei, este deu-me com uma frigideira na cabeça e eu desmaiei…
Quando acordei, vi que estava preso ao mastro, todavia, fingi estar desmaiado para descobrir o que me pretendiam fazer. Mal ouvi dizer que ia passar grande parte da viagem de castigo e a pão e água, fiquei apavorado e só pensei em fugir. Lembrei-me de ter visto uma canoa e, nessa mesma noite, consegui libertar-me, e fui pé ante pé procurá-la para não apanhar um castigo ainda maior. Quando me aproximava, ouvi uns passos. Então depressa retirei as cordas que a prendiam e lancei-a ao mar. Meti-me dentro dela onde passei bastante tempo à deriva no mar, até que, quando estava a desanimar e sem esperanças, avistei terra. Parecia uma miragem! Remei com toda a minha força para lá chegar.
Quando finalmente alcancei terra, apanhei alguns frutos exóticos para comer e maravilhei-me com a beleza da paisagem. Pareceu-me ver uns indivíduos pintados e nus, mas não liguei, pensei que fosse da minha imaginação devido ao cansaço. Passados alguns dias, avistei, ao longe, uma nau. Pensei que me tinham descoberto e, por isso, escondi-me. Quando os marinheiros chegaram a terra, apercebi-me de que não eram marinheiros da minha nau, mas que pertenciam à nau de Pedro Álvares Cabral. Ainda pensei dizer que tinha sido o primeiro a chegar às “Terras de Vera Cruz”, contudo, ninguém acreditaria em mim, por isso escondi-me nessa nau e voltei a Portugal.
Espero que quem leia a minha história acredite em mim e me ajude a divulgá-la, mesmo que eu já não esteja cá.

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