Na semana em que comemoramos o Dia Internacional da Filosofia, demos início a este novo projeto nas bibliotecas escolares António Feijó.
O "bichinho" já cá andava há algum tempo... Procuramos formação específica na área, lemos muito sobre o assunto, analisamos outros projetos nacionais e internacionais e conversamos com facilitadores e outros entendidos na matéria. Descobrimos que o nosso método de abordagem à Educação Literária, que privilegia o questionamento e o desenvolvimento do pensamento crítico, se cruza em vários pontos com as dinâmicas propostas para as sessões de filosofia para crianças e jovens.
Com a ajuda da (boa) literatura, decidimos avançar.
Lançamos a proposta no arranque do ano letivo e abrimos inscrições. Antes de setembro acabar, já tínhamos mais de vinte turmas inscritas! Neste momento, temos já um calendário de sessões, na EPE e 1º CEB, que se estende até ao final de março 2022!!
A sessão inaugural teve lugar esta semana na EB da Feitosa, com um ávido e solícito grupo de alunos do 3º ano. "Estar sozinho é bom?" foi o mote para a dinâmica desta sessão, que gerou um profícuo diálogo à volta da solidão, da coragem, da empatia, da solidariedade e até da criatividade. O Jardim de Babaï, de Mandana Sadat (falamos deste livro AQUI), foi o nosso companheiro literário nesta sessão inaugural.
No 2.º e 3.º ciclos, as sessões de Filosofia para Crianças e Jovens são integradas nas ofertas de Biblioteca à la Carte. E pela experiência passaram, também esta semana, duas turmas, de 5.º e 8.º anos.
Com estes grupos, a reflexão girou em torno da descoberta do OUTRO. Partimos de um exercício de argumentação, e, com a ajuda de Rosa Branca, de Christophe Gallaz e Roberto Innocenti (como companheiro literário), exploramos a arte de questionar.
A temática subjacente à obra, que tem como pano de fundo o holocausto, aliada à riqueza de pormenores das ilustrações de Roberto Innocenti, foram um precioso auxiliar para o exercício final: "fazer perguntas que façam pensar". Aqui ficam alguns exemplos:
"O que levou o Presidente da Câmara a entregar a criança aos soldados, quando devia proteger os seus?
Por que levava Rosa Branca a comida às escondidas da mãe?
Será que o gesto de Rosa Branca fez, de facto, a diferença na vida das crianças a quem ela levava comida?
Foi justa a morte de Rosa Branca? Será a morte justa?"
E foi assim que nos estreamos (oficialmente) nesta "arte do pensar".
Até já!